segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Metrô 24 horas em São Paulo: E aí, você concorda?


Um estudante de administração chamado Rômulo Zillig começou nessa semana um abaixo-assinado para que o metrô de São Paulo funcione 24 horas. Ele, que estuda à noite na zona norte e mora na periferia da zona sul, alega que se o professor da última aula demorar para liberar os alunos, ele pode ficar sem ir pra casa no mesmo dia.

Aproximadamente 80 mil pessoas já aderiram ao movimento.



Parece uma boa ideia do ponto de vista da nova lei seca. Ela está mais rigorosa, com tolerância zero. Quem vai a barzinhos beber, tem que pagar um táxi para voltar para casa ou arranjar carona. Como a bandeirada 2 do táxi em SP não está nada barata, o bolso agradeceria se o metrô funcionasse initerruptamente.

Porém, como todo sistema, o metrô precisa de manutenção. E ela é feita durante as aproximadamente 4 horas que ele fica fechado durante a madrugada. Se ele funcionasse direto, quando a manutenção seria feita? E por falta de manutenção, problemas grandes poderiam aparecer a qualquer hora. Já imaginou uma pane às 18 horas? O apocalipse seria instalado em Sampa.

Uma alternativa seria termos ônibus funcionando 24 horas. Há carros suficientes para revesamento enquanto os outros estão em uso.

Ideias contrárias viriam dos motoristas e cobradores, com razão, reclamando da segurança, e das empresas de ônibus alegando que não há tanto público durante a madrugada para manter os ônibus em uso.

Então, o que fazer? Pedir para as pessoas pararem de sair à noite para se divertirem? Diminuir a carga horária de trabalho para que as pessoas saiam mais cedo e tenham mais tempo à noite? Diminuir a bandeirada dos táxis, mesmo com toda a máfia que circunda esse mundo? Arrumar um amigo sóbrio que dê carona?

É certo que as pessoas não vão parar de sair para beber e é quase certo que não teremos transporte público 24 horas. A mobilização que esses abaixo-assinados pela internet causam é significante.

O país está mergulhado numa inflação pavorosa onde, na minha cidade, o preço da passagem de ônibus passou de 2,90 para 3,30. Esses 40 centavos no fim do mês fazem uma diferença e tanto para a nova "classe-média" que tem smartphone mas que ainda anda de ônibus. O preço da gasolina, dos estacionamentos e dos próprios automóveis também não anima muito comprar um carrinho para fugir do transporte público.

Talvez devêssemos começar aos poucos, como por exemplo, reivindicando 1 hora a mais no funcionamento do metrô e dos ônibus, porque não dá para ir da água ao vinho em segundos.

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